61 anos do Golpe de 64: A Asduerj reafirma a luta por memória, verdade, justiça e reparação!

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Em 31 de Março de 1964 (porque golpe não se comemora, se repudia e denuncia), as elites militares, empresariais, e midiáticas derrubaram um governo legítimo para impor mais de duas décadas de terror, violência, repressão e obscurantismo no Brasil. A ditadura não foi apenas um regime de censura e cassações: foi um projeto de destruição também da educação pública, com universidades vigiadas, professores perseguidos e o conhecimento transformado em crime.

Tanto na nossa Uerj quanto em todo o país, os movimentos sindicais e estudantis foram alvos frequentes da repressão. Professores, servidores públicos e pesquisadores foram demitidos, presos e torturados por ousarem defender um país democrático e livre. A autonomia universitária foi esmagada, reitores foram nomeados pela cúpula militar, e qualquer pensamento crítico se transformou em “subversão”.

Um episódio que exemplifica isso, e que jamais pode ser esquecido aqui na Uerj, ocorreu no dia 22 de outubro de 1968, quando um agente da repressão tirou a vida do estudante de medicina Luiz Paulo da Cruz Nunes, de apenas 21 anos, durante um protesto em frente ao HUPE. Luiz Paulo será um dos homenageados (in memoriam) pelo Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM) na 37ª Medalha Chico Mendes de Resistência 2025, em cerimônia na próxima terça-feira, 1º de abril, a partir das 18h, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

Essa corajosa resistência nunca silenciou, como foi denunciado na criação da Comissão Nacional da Verdade (2012) e na Comissão da Verdade do Andes-SN (2013), que revelaram ao país os crimes do Estado contra a comunidade acadêmica. Material que pode ser encontrado por exemplo no Caderno 27 do Andes-SN (“Luta por Justiça e Resgate da Memória”), que documentou casos de perseguição brutal no ambiente acadêmico de todo o país – e cujas as famílias de muitas vítimas ainda esperam reparação.

Hoje, o passado ecoa nas ameaças ao presente: quando tentam calar sindicatos e movimentos sociais; quando atacam a autonomia universitária e os direitos trabalhistas; quando a violência policial invade o ambiente acadêmico; quando glorificam torturadores e distorcem a história. Não podemos minimizar jamais os atos igualmente golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Por isso, a Asduerj declara: Memória, para não esquecer os que lutaram e os que caíram; Verdade, exigindo acesso irrestrito aos arquivos da repressão; Justiça, sem anistia para torturadores e com reparação já para as vítimas; e Luta, seguindo nas ruas, nas salas de aula e nos sindicatos, para que a ditadura nunca mais se repita!

Ditadura nunca mais! Sem anistia para golpistas!

#Asduerj #DitaduraNuncaMais #SemAnistiaPraGolpista

#ParaTodosVerem: Sob fundo branco há o texto “Ditadura nunca mais! 31 de Março, 61 anos do Golpe Militar no Brasil. Recordar para não repetir jamais: Sem anistia para golpistas”, com letras pretas e vermelhas. No centro há uma foto em preto e branco com dezenas de capacetes de militares uniformizados, diante de um muro com a inscrição “Ditadura assassina”, dos tempos de ditadura militar no Brasil. No canto inferior direito há a logo da Asduerj. Fim da descrição.

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