A reitoria da Uerj, ao ajuizar uma ação de reintegração de posse contra as ocupações dos campi da Uerj e expor nominalmente quatro estudantes e um servidor, termina por criminalizar algumas lideranças de um movimento legítimo e pacífico que há mais de um mês luta pela revogação de uma medida autoritária que fere a permanência de estudantes na universidade.
A criminalização de estudantes e servidores é precedente perigoso para estender a prática a quaisquer discentes, docentes e técnicos-universitários que lutam pelos seus direitos de forma organizada, independente e combativa na universidade. Não toleraremos que membros da comunidade acadêmica da Uerj, que lutam por uma educação de qualidade e defendem uma universidade pública inclusiva e popular sigam sendo tratados de forma intransigente pela reitoria. A disputa por um projeto de universidade e as divergências de concepções explícitas por diferentes setores da Uerj não podem ser tratadas como caso de polícia e terminar no banco dos réus.
O desrespeito às táticas de luta de movimentos sociais e criminalização do movimento estudantil não são os caminhos que defendemos. A associação da luta estudantil ao 8 de janeiro, narrativas que ainda buscam associar a ampla luta dos estudantes a um suposto terceiro turno das eleições para a reitoria e, por fim, a realização de passeatas por “democracia” acusando estudantes de serem “anti-democráticos”, não são construções cabíveis e não ajudam a avançar diante os problemas que precisam ser resolvidos.
Enquanto seção sindical do Andes-SN, consideramos acertada a decisão da juíza Luciana Losada que deferiu o requerimento dos estudantes para a realização de uma audiência antes da apreciação da liminar entre as partes que constam enquanto réus (quatro estudantes e um servidor) e autora do processo (reitoria).
Esperamos que as partes possam avançar no diálogo para superarmos esta crise e sairmos em conciliação desta situação.
A Asduerj mais uma vez vem reforçar que o verdadeiro inimigo da Uerj está lá fora, implementando medidas de austeridade constantes e que precisa ser enfrentado por todos nós. A união da comunidade uerjiana é urgente! Estamos num período crucial de discussão do orçamento a ser aprovado na Alerj para 2025. Precisamos pressionar o governo Cláudio Castro para que valorize a Uerj e atenda às suas reais necessidades orçamentárias.
Entendemos que temos um desafio fundamental neste momento que é fazer a luta unificada por um orçamento necessário para a Universidade, que contemple uma política de assistência e permanência estudantil que atenda às necessidades dos nossos estudantes, além dos direitos dos trabalhadores terceirizados que vivem sob ameaça constante de atrasos de salários; e dos servidores efetivos, que estão há meses sem o pagamento dos auxílios saúde e educação e há anos sem recomposição salarial.
Por diálogo e conciliação na Uerj!
Lutar não é crime!
Unidade pra lutar!
Auxílios no contra-cheque!
Recomposição salarial, já!
