Os últimos acontecimentos, ocorridos na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), vêm trazendo grande apreensão para a nossa comunidade e têm levado a nossa instituição mais uma vez ao centro do debate público. Infelizmente, o destaque midiático não tem se dado pelo avanço das nossas produções científicas, pela qualidade do ensino e tudo de positivo que a nossa universidade é capaz de oferecer à população fluminense, mas sim por mais uma dificuldade enfrentada, fruto do descaso do governo do Estado que não encaminha um orçamento condizente com as nossas reais necessidades.
A Uerj é um patrimônio do Brasil, um símbolo da busca pelo enfrentamento da desigualdade que fratura a sociedade brasileira, e é por isso que é sempre tão atacada pelas forças políticas do atraso e seus interesses destrutivos. Não admitiremos ataques neofascistas impetrados por deputados que odeiam o que a Uerj representa, e que em nome de uma suposta “transparência” fazem uso de seus instrumentos para atacar a universidade.
Há duas frentes de ataque à Uerj que se apresentam hoje: uma de caráter econômico, que reflete no subfinanciamento crônico que passamos ano a ano; outra de caráter ideológico atrasado, representado pela extrema direita que hoje ocupa o poder executivo e a maior parte da Assembleia Legislativa. Portanto, a gravidade da crise atual não pode ser enfrentada sem uma leitura consequente e responsável sobre o que está em jogo no cenário conjuntural do Estado do Rio de Janeiro.
Não devemos permitir ou ter como caminho de superação da crise de financiamento, provocada pelo governo, a fragmentação dos direitos e, por via de consequência, a divisão de quem luta pela Uerj. Não será com intolerância, inflexibilidade e o caminho inadmissível da violência contra os segmentos de nossa comunidade, como os estudantes, em luta nesse momento, que enfrentaremos os verdadeiros inimigos da Uerj e de nosso projeto de inclusão.
A Assembleia Docente, realizada no dia 08/08/24, votou, por unanimidade, que não cabe recuo na Política de Permanência Estudantil, avaliando que o Aeda 038/2024 se mostrou inconcebível ao que a Uerj representa, sustentando, portanto, sua revogação. Contudo, o que vimos na última semana foi uma desconsideração completa a esta indicação, todos os encaminhamentos foram contrários à Carta Aberta da Assembleia, destinada à Reitoria, os canais de diálogo tornaram-se cada vez mais fechados com a administração central e as posturas mais uma vez feriram frontalmente os princípios da Carta Compromisso assinada pela Reitora Gulnar Azevedo e pelo vice-reitor Bruno Deusdará durante a eleição, no final de 2023.
Reforçamos o princípio constitucional da transparência nos atos da administração pública, o diálogo e a democracia interna e desejamos que, na próxima sessão do Consun, possamos ter informações detalhadas sobre a suplementação orçamentária liberada pelo governo, fruto dos esforços coletivos dos diferentes segmentos da nossa comunidade, especialmente da luminosa luta estudantil das últimas semanas, que trouxe a Uerj ao epicentro do debate público no Rio de Janeiro.
Esperamos que essa suplementação seja condizente com as nossas necessidades mais urgentes e, assim, não haja mais justificativas para a defesa da manutenção do Aeda 038, para que, enfim, esse ato executivo possa ser revogado, abrindo o debate interno com os três segmentos e priorizando o pagamento dos auxílios e bolsas estudantis.
A Uerj é do povo e assim seguirá! Mas para que isso ocorra precisamos enfrentar juntos as políticas de austeridade, não podemos assumir internamente a responsabilidade de lidar com a crise, fragmentando a comunidade acadêmica É preciso contrariar frontalmente os desejos de quem pretende levar a universidade mais popular do Brasil, pioneira na política de cotas e referência na política de assistência estudantil, a outra direção, seja por meio de corrupção, falta de transparência, falta de democracia, “guerra cultural”, ou por puro elitismo.
Defendemos que a Uerj se una e busque o que merece, o que vale e o que precisa. Que lutemos juntos e que as nossas divergências não sejam tratadas no espírito de intransigência ou da violência absurda como a Reitoria permitiu que acontecesse na última semana com os nossos e as nossas estudantes. Não é admissível qualquer tipo de repressão a quem luta. A falta de diálogo é intolerável! Somos uma universidade plural. Que isso se mantenha e que seja essa a nossa força!
A unidade na luta em defesa da Uerj precisa ser a mensagem de toda a comunidade acadêmica a todos e todas que desejam destruir a universidade, ou dar a ela menos do que merece.
Nossa comunidade e a própria universidade só seguirão existindo com a defesa dos nossos direitos! Não é nos tratando como inimigos que iremos avançar, o clima na universidade precisa apaziguar, com recuos táticos e habilidade política a quem cabe, no sentido de avançarmos na nossa unidade pra lutar.
Nenhum direito a menos! Nenhum diálogo bloqueado! Nenhuma diminuição das nossas instâncias legítimas! Nenhuma violência institucional! Todos e todas à luta!
#Paratodosverem: fotografia colorida do campus Maracanã da Uerj, com a concha acústica em primeiro plano e a fachada do Pavilhão João Lyra Filho ao fundo. Fim da descrição.
Bravo!!!!!! Nossa Universidade, não pode perder a grandeza que representa em função de politica, egoismo e ditadura. Abaixo a AEDA 38
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