Nota da Asduerj sobre o uso da EaD durante a quarentena contra a pandemia Covid-19

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O avanço tecnológico dos meios, redes e sistemas de comunicação é muito visível nos últimos anos, sendo, assim, cada vez mais possível se valer dessas tecnologias de informação para o contato entre as pessoas, inclusive professores e alunos. No entanto, não se pode deixar de assinalar que toda a boa prática de planejamento e organização de cursos a distância exige o cumprimento de todo um protocolo de ações que demanda tempo e manejo não só dos meios tecnológicos, mas também profundo conhecimento dessa modalidade de educação, a qual dispõe de literatura especializada e se constitui como um saber específico.

Na Uerj, a prática do EaD ocorre já há alguns anos, através da participação no Consorcio Cederj, vinculado à Fundação Cecierj, e do Instituto Multidisciplinar de Formação Humana com Tecnologias – IFHT, ambos semipresenciais. No Consorcio Cederj, vinculado à Fundação Cecierj, por exemplo, há uma série de atividades presenciais nos pólos de ensino a distância, com participação obrigatória dos alunos. Essas atividades estão associadas à tutoria presencial, aulas práticas, encontros acadêmicos e avaliações. No momento, todas essas atividades estão suspensas, devido à necessidade de isolamento social em função da pandemia de coronavírus, ação com a qual concordamos inteiramente.

No âmbito do ensino médio e fundamental houve também um açodamento na proposta do PL 2036∕2020, que dispõe sobre a educação a distância para alunos da rede estadual durante as medidas de enfrentamento da pandemia Covid-19. O projeto recebeu 24 emendas e teve sua votação adiada, sob alegação de que aulas a distância não podem substituir as horas de ensino presencial. O entendimento da maioria dos deputados da Alerj constituiu uma vitória da educação do Estado do Rio de Janeiro contra propostas oportunistas e mal pensadas.

Não devemos confundir a prática mercantil do uso do EaD, voltada para a redução de custos e de conteúdo pedagógico em um processo de deterioração da educação, com o uso responsável de tecnologias de informação aplicadas ao ensino, tanto presencial como semipresencial (EaD). Não é isso que se deseja para a Uerj, nem mesmo a título de relação a distância com os alunos. A tecnologia é importante e valiosa, mas a preservação da excelência do ensino da Universidade é o grande objetivo pelo qual todos nós devemos zelar.

Nós, da Asduerj, não aceitamos o EaD como artimanha para superar as adversidades conjunturais e muito menos como estratégia para redução de custos e precarização do ensino. Nesse sentido, destacamos positivamente as notas e a ação da Reitoria da Uerj nesse momento de grandes dificuldades para toda a população fluminense, pois demonstra compromisso com a qualidade de ensino e com o caráter público e inclusivo da Universidade.

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