Saída da luta unificada pela recomposição salarial

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Aconteceu na última quarta-feira, 19/3, no aud. 111, a primeira assembleia docente da Uerj deste ano, tendo como pauta única “Conjuntura e táticas de luta para 2025″. A discussão, no entanto, se concentrou em torno da decisão sobre a permanência ou a saída da Asduerj do Fórum Permanente dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Fosperj) e da unidade de ação com outras entidades de servidores do executivo estadual pela recomposição salarial.

A Diretoria da Asduerj propôs na assembleia a permanência na luta pela recomposição salarial junto aos servidores do executivo. Porém, setores da base contrários à política de unidade defenderam a saída do Fosperj e da unidade de ação pela recomposição salarial, defendendo outras formas de luta que até então não foram apresentadas.

Ao fim da discussão, foi aprovada a saída do Fosperj e da unidade de ação pela recomposição salarial, por um placar de 24 pela saída, 15 pela realização de um amplo debate antes da decisão e 1 abstenção.

Foi deliberada ainda a realização de um evento para discutir outras formas de luta, que deverá ser organizado pelo Conselho de Representantes da Asduerj.

Debate aponta unidade como alternativa ao enfrentamento das políticas de austeridade

Antes da Assembleia Docente, a Asduerj promoveu, no mesmo auditório 111, o debate Conjuntura do Estado do Rio de Janeiro: Desafios da Luta dos Servidores. O evento contou com a participação do deputado Flávio Serafin (Presidente da Comissão de Servidores da Alerj), do professor Roberto Leher (ex-Reitor da UFRJ e ex-presidente do Andes-SN) e da professora da Uenf Raquel Garcia (Diretora da Regional Rio do Andes-SN). A mediação foi da professora Amanda Moreira (Presidente da Asduerj).

Em sua intervenção, o professor Roberto Leher destacou a relação histórica entre políticas de austeridade e o crescimento do fascismo, como a que ocorre hoje no estado do Rio de Janeiro. Segundo o ex-reitor da UFRJ, não será possível enfrentar estes regimes a partir unicamente da articulação dentro das universidades.

“Frente a esta situação, no qual o conjunto da coisa pública está sob ataque, está evidente que é impossível salvar a Uerj, a Uenf ou as escolas públicas estaduais do Rio de Janeiro com lutas específicas em torno destas instituições. Não é possível pela escala da contrarreforma, dentro de uma doutrina de austeridade, fazer resistência se não por meio de frentes, que são complexas, não há dúvida”, ponderou Leher.

Uma avaliação semelhante foi feita pela professora Raquel Garcia, 1ª Tesoureira da Regional Rio do Andes-SN. Para ela, a conjuntura demanda uma disputa por espaço e por fundos públicos. “Não é implodindo fóruns que a gente vai conseguir isso. Mas, ao contrário, fortalecendo estes fóruns. As alianças podem, sim, serem feitas com grupos sociais, coletivos e sindicatos com os quais temos diferenças, desde que tenhamos também o mesmo objetivo, o que possibilita a unidade de ação”, defendeu.

O terceiro debatedor da mesa, deputado Flávio Serafini, atual presidente da Comissão de Servidores Públicos da Alerj, fez uma breve análise da complexa situação do estado, destacando a importância da luta unificada para que o debate sobre a recomposição salarial se mantenha hoje em pauta no Legislativo. Ressaltou, no entanto, que a recomposição não será aprovada se não houver mobilização dos servidores nas ruas.

Para a presidente da Asduerj, Amanda Moreira, que mediou a mesa, o debate cumpriu a tarefa de levantar os pontos crucias da luta que a categoria docente terá que travar ao longo de 2025. Estamos enfrentando um cenário político muito difícil com a hegemonia da extrema direita no executivo e no legislativo do estado. Precisamos construir a unidade para enfrentar as políticas de austeridade que tem por objetivo desmontar o serviço público.

Assista à íntegra no canal da Asduerj no Youtube

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