Assembleia docente discute táticas de mobilização pela recomposição salarial e manifesta apoio a substitutos

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A defasagem salarial e a necessidade de intensificar a mobilização da categoria na luta pela recomposição deram a tônica dos debates na assembleia docente realizada nesta terça-feira, 9/4, no Campus Maracanã da Uerj.

Ao apresentar este ponto de pauta, a diretoria da Asduerj destacou a inexistência de reajustes desde 2001, o que reduziu o valor de compras dos salários e proventos à metade.

“Nossa defasagem é de longe a maior entre as categorias do estado. Já tivemos, na década de 1990, o maior salário entre as universidades públicas do país. No entanto, a política de achatamento de sucessivos governos nos levou a esta situação de rebaixamento, ao mesmo tempo em que vimos aumentar o nosso rol de atividades laborais”, lembrou o diretor da Asduerj, Dario de Sousa e Silva.

A importância de uma presença maciça dos docentes no ato unificado desta quinta-feira, 11/4, às 14h, na Alerj, foi destacada pela Presidente da Asduerj, Amanda Moreira.

“Nossa participação no ato do dia 13 de março no Palácio Guanabara foi significativa. Fomos, provavelmente, a maior categoria presente na manifestação. No entanto, para conseguirmos abrir uma negociação direta com o governador Cláudio Castro, esta mobilização terá de ser ainda maior”, afirmou.

O Ato foi convocado para Alerj como forma de pressionar os deputados a abrir caminhos para a negociação com o governo.  A Casa aprovou, em 2021, a Lei nº 9436, que autorizou a recomposição das perdas do período 2017/2021 em três parcelas anuais. Destas, só a primeira foi paga por Cláudio Castro.

Para a presidente da Asduerj, “mesmo com a mudança de configuração da Alerj, que hoje conta com mais parlamentares de direita e de extrema-direita do que a que aprovou a Lei de 2021, a busca de mediação do legislativo pode ser ainda uma tática eficaz para a abertura de negociações”.

A Assembleia apontou a necessidade do debate sobre a possibilidade de uma greve pela recomposição salarial, ponto que poderá ser discutido em assembleias futuras.

Atrasos nos salários de substitutos e bolsas

A precarização do trabalho de professores substitutos, que mais uma vez sofrem com atrasos nos seus salários, foi outro importante tema debatido na assembleia. Muitos dos presentes lembraram também dos atrasos que vêm ocorrendo no pagamento de diversas bolsas da Uerj e nos salários de terceirizados, situação semelhante a que precedeu a crise do biênio 2016/2017.

“Naquele momento, superamos essa situação mostrando a importância da universidade para a sociedade fluminense. Precisamos retomar essa campanha de sensibilização desde já. A Uerj terá uma importância proporcional à sua capacidade de articulação e ocupação das ruas, ressaltou o professor Dario.

Entre os encaminhamentos aprovados pela assembleia, está o envio de uma carta à reitoria exigindo posicionamento sobre as condições dos substitutos. Foi deliberada ainda a divulgação de material sobre a precarização do trabalho destes docentes em nossa de universidade. O tema estará na pauta da próxima assembleia.

Falta de segurança

A insegurança permanente no entorno dos campi da Uerj, em especial no do Maracanã, foi outro tema levantado na Assembleia. Os docentes indicaram a discussão do tema com as demais categorias, além de oficiar à Reitoria, reivindicando soluções.

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