Na última quarta-feira, 24/1, milhares de trabalhadoras e trabalhadores argentinos ignoraram os protocolos antipiquetes e realizaram o primeiro grande protesto contra o governo de Javier Milei, apenas 45 dias após a posse do presidente ultraneoliberal.
Segundo a Confederação Geral do Trabalho (CGT), maior central sindical da Argentina, a estimativa foi uma paralisação que envolveu 1,5 milhões de trabalhadores pelo país, sendo 600 mil apenas nas ruas da capital Buenos Aires. A CGT fala em uma adesão de até 80% pelo país.
Essa foi a primeira grande greve nacional desde 2019, quando o presidente ainda era o conservador Mauricio Macri. Desta vez o motivo dos protestos foram as muitas medidas de ajuste fiscal de Milei. O presidente da Argentina tem implementado uma série de políticas ultraneoliberais desde que assumiu o cargo.
O “decretaço” que Milei tenta avançar pelo Congresso engloba 664 artigos, atacando os direitos trabalhistas e sugerindo uma ampla reforma. Além disso ataca também organizações sociais, fala de mudanças no financiamento sindical, limita direitos de greve, facilita demissões, e afeta negativamente toda classe trabalhadora.
Durante a marcha até a Casa Rosada, sede do Poder Executivo, o grito mais ecoado pelo povo argentino foi o de “O país não está à venda”. O impacto do protesto causou o adiamento da votação do texto no Congresso, que será na próxima terça-feira (30/1). Segundo a imprensa argentina Milei não teria o número necessário de deputados para aprovar as alterações.
A Asduerj expressa seu apoio total às lutas dos trabalhadores argentinos contra essas políticas tão nefastas e que tanto sintetizam as política ultraneoliberais – que já encontraram eco em passado recente brasileiro. É fundamental estarmos atentos ao que ocorre no Brasil, mas também com os direitos dos trabalhadores vizinhos na nossa América Latina.