Asduerj convida para homenagem a estudante da Uerj assassinado pela ditadura

0
309

Luiz Paulo da Cruz Nunes, estudante da Faculdade de Ciências Médicas da então UEG (atual Uerj), assassinado pela ditadura empresarial-militar, no dia 22 de outubro de 1968, será um dos homenageados (in memoriam) pelo Grupo Tortura Nunca Mais (GTNM) na 37ª Medalha Chico Mendes de Resistência 2025.

A cerimônia, que acontecerá na próxima terça-feira, 1º de abril, a partir das 18h, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), homenageará ainda outros nove ativistas e vítimas da violência de Estado, além de entidades do movimento social, como a Luta pela Educação Indígena do Pará e a Agenda Nacional pelo Desencarceramento (veja a lista completa no final do texto).

A Asduerj, que recebeu a Medalha Chico Mendes na edição de 2017, atua como uma das entidades parceiras do evento desde 2018, quando a cerimônia aconteceu no Teatro Odylo Costa, filho, o Teatrão da Uerj. No ano seguinte, foi a vez do Andes-SN ser homenageado. Desta vez, na Capela Ecumênica da Universidade.

Para a professora Beatriz Caldas, que representa a Asduerj na comissão organizadora do evento, a importância da Medalha Chico Mendes vai além da preservação da memória dos que lutaram contra a ditadura. “Há uma determinação em dar visibilidade à luta de grupos que estão sendo perseguidos atualmente, como comunidades indígenas, quilombolas urbanos e rurais, entre outros”.

A Medalha Chico Mendes de Resistência foi criada como resposta à concessão da Medalha do Pacificador, pelo Exército Brasileiro, em março de 1989, a militares e civis que participaram ativamente dos órgãos de repressão durante o período ditatorial. O GTNM escolheu Chico Mendes, um trabalhador, lutador da floresta amazônica, assassinado pelo latifúndio meses antes, em dezembro de 1988, para dar nome a sua medalha. A homenagem do GTNM acontece todo o dia 1º de abril, em lembrança ao golpe de estado empresarial-militar de 1964: “Pela vida, pela paz, Tortura Nunca Mais”.

Além dos já citados, serão homenageados na 37ª Medalha Chico Mendes de Resistência 2025, o militante e ex-presidente do Cremerj Dr. Laerte Vaz, a desaparecida pela ditadura Ana Rosa Kucinski Silva (in memoriam), o escritor e preso na ditadura Joel Rufino dos Santos (in memoriam), a quilombola e o quilombola assassinadas/os Mãe Bernadete e Binho do Quilombo (in memoriam), o comunista histórico José Maria Galhasi (in memoriam), a mãe de adolescente assassinado pelo Estado Gláucia dos Santos e o cantor e compositor João Nogueira (in memoriam).

A sede da ABI é na Rua Araújo Porto Alegre, 71, 9º andar, Centro do Rio.

Em outubro de 2008, a Asduerj publicou uma edição especial da Advir com entrevistas de colegas de Faculdade de Luiz Paulo, que participaram com ele da luta contra a ditadura. Acesse aqui

Artigo anteriorAto da Educação na próxima sexta-feira, 28/3
Próximo artigo61 anos do Golpe de 64: A Asduerj reafirma a luta por memória, verdade, justiça e reparação!