“É vital nos voltarmos ao trabalho de base”, defende nova diretoria da Asduerj

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Aconteceu no dia 18 de outubro a posse da Diretoria e do Conselho de Representantes da Asduerj para o biênio 2019-2021.

A cerimônia, que aconteceu no Centro Cultural da Uerj, contou com a participação de parlamentares do campo progressista, representantes de movimentos sociais, sindicais e das entidades representativas de todos os segmentos da universidade – Sintuperj, DCE e da recém-criada APG-Uerj.

Compareceram ainda a professora Rosineide Freitas, representando a Regional e o Andes-Sindicato Nacional, membros de diretorias das seções sindicais do Andes-SN no Rio de Janeiro, diretores de unidade e de centros setoriais, além dos candidatos à reitoria da Uerj, professor Ricardo Lodi, e à diretoria do Centro de Educação e Humanidades, professor Bruno Deusdará. O primeiro presidente da Asduerj, professor Ricardo Santos, também esteve presente à cerimônia.

Ao anunciar os nomes dos componentes da nova diretoria e do Conselho de Representantes, o então presidente da Asduerj, professor Guilherme Vargues, expressou sua alegria por “passar o bastão” a companheiros que conhece há muito tempo da luta pela educação pública, gratuita e socialmente referenciada.

A vocação de luta da atual diretoria também foi destacada pela representante do Andes-SN, Rosineide de Freitas: “Estamos vivendo hoje um ataque à carreira, aos serviços e aos servidores públicos nos níveis nacional, estadual e municipal. É de fundamental importância que tenhamos uma seção sindical forte e coesa, com companheiros e companheiras que a gente já conhece das lutas”.

Presidente da Comissão Permanente de Ciência e Tecnologia da Alerj, o deputado Waldeck Carneiro (PT) – foto – , destacou o quadro de grandes dificuldades que o Rio de Janeiro passa neste momento. “Isso aumenta ainda mais o desafio para aqueles que resistem, para aqueles que estão na luta, apostando que é possível construir políticas públicas, estabelecer novos padrões de civilidade, completamente diferentes desses que têm prevalecido a partir do Palácio Guanabara” afirmou.

Em nome da Diretoria e do Conselho de Representantes da Asduerj, a professora Cleier Marconsin agradeceu os mais de 400 votos recebidos de filiados à entidade, mas ressalvou: só o voto não basta. “Defendemos a democracia representativa, mas não só ela. Defendemos também e ardorosamente a democracia direta”, destacou a presidente da Asduerj.

– Queremos afirmar nosso compromisso com uma aproximação maior dos professores e das professoras da Uerj, sejam efetivos, substitutos ou aposentados. Queremos envolvê-los nas atividades da nossa seção sindical. Buscaremos aprofundar uma relação constante com a categoria, como base do nosso trabalho. É a hora mesmo, é imprescindível, é vital que reaprendamos a nos voltar para o trabalho de base. Não podemos fazer luta se não tivermos um embasamento muito forte na base que atuamos, disse.

A presidente da Asduerj reafirmou ainda o compromisso de dar continuidade às lutas que já vinham sendo encaminhadas pela diretoria anterior e por todas as outras que antecederam a atual. “Nascemos naquele momento, em 1979, quando Brasil passava por um processo extremamente importante de luta contra a ditadura. Nosso sindicato nasce nesse momento com essa perspectiva. Nesse sentido, estaremos firmes na luta contra os cortes que estão sendo feitos na educação e na ciência em nosso país. Sabemos o que é viver com cortes drásticos. Já vivemos isto”.

Veja vídeo com mais imagens da cerimônia de posse 

Conheça os membros da atual diretoria da Asduerj e o programa de Gestão

Veja quem são os eleitos para o Conselho de Representantes da Asduerj biênio 2019-2021

Antes de dar posse a atual Diretoria e ao Conselho de Representantes da Asduerj, o ex-presidente Guilherme Vargues lembrou um dos poemas mais atuais de Bertolt  Brecht, uma inspiração à luta permanente

Elogio da dialética

A injustiça avança hoje a passo firme;
Os tiranos fazem planos para dez mil anos.
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração;
isto é apenas o meu começo.

Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos.

Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nós
De quem depende que ela acabe? Também de nós
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os

vencedores de amanhã.

Bertolt Brecht

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