Uma ferramenta para a luta antirracista

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Com o debate “A centralidade do combate ao racismo em tempos de retrocesso” foi lançada dia 27 de novembro, no aud. 111 do Pavilhão João Lyra Filho, campus Maracanã, a Cartilha de Combate ao Racismo do Andes-SN.

O material aborda temas como a construção do racismo na sociedade brasileira, a centralidade do feminismo negro na luta antirracista, a lei de cotas e as comissões de heteroidentificação. O texto foi elaborado pelo Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, Étnicorracias, Gênero e Diversidade Sexual (GTPECGDS).

Após um profundo debate durante o 38º Congresso do ANDES-SN, realizado no início de 2019 em Belém (PA), deliberou-se pela produção de cartilha específica sobre racismo e pela necessidade de combatê-lo.

A cartilha de combate ao racismo produzida pelo ANDES-SN é mais uma ferramenta para instrumentalizar a luta antirracista e para contribuir com a desconstrução das práticas discriminatórias e com a formação política da comunidade acadêmica.

Em uma sociedade profundamente desigual, as injustiças são ainda mais presentes e severas para a parcela mais vulnerabilizada da população. O povo negro enfrenta não somente o preconceito mas as consequências do racismo estruturante em um país que foi um dos últimos a abolir a escravidão e, quando o fez, procedeu de forma desestruturada.

A pesquisa divulgada pelo IBGE “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil” mostra que, em 2018, o Brasil tinha mais de 1,14 milhão de estudantes que se declaram pretos e pardos em instituições de ensino federais, estaduais e municipais. Os quase 51% de estudantes negros (as) nas universidades é uma vitória, mas não significa a superação das desigualdades ou a reparação de mais de 300 anos de escravidão. A juventude negra ainda é a maior parcela da população assassinada nas periferias, ainda é a maior parcela desempregada ou em sub-empregos, as mulheres negras ainda são as maiores vítimas de feminicídios. Esses dados evidenciam que as relações de poder e a divisão social do trabalho nesse país é estruturada no racismo e no machismo.

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