Hupe sofre com escassez de medicamentos para intubação e de antibióticos no auge da pandemia

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Referência no tratamento de pacientes com Covid-19 no estado, o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) sofre desde a última semana com a falta de medicamentos que compõem o chamado kit intubação, como Midazolam e Fentanil, além do antibiótico polimixina B.

A denúncia foi feita pelo diretor do Hupe, professor Ronaldo Damião, em reunião na última terça-feira, 6/2, com o presidente da Comissão de Educação da Alerj, Flávio Serafini (Psol). Também participaram do encontro a professora Renata Gama, representando a direção da Asduerj, a coordenadora do Sintuperj Regina de Souza, o coordenador de Controle e Infecção Hospitalar Marcos Junqueira do Lago e a Coordenadora de Enfermagem do Hupe, Rejane Araújo.

Segundo o diretor do Hospital, não há novas remessas previstas para os medicamentos, que estão em falta no mercado. O que se faz hoje é remanejar essas drogas com outras unidades hospitalares, numa relação de permuta. Apesar de o hospital ter encaminhado processos de licitação para compra, os fornecedores não apareceram devido à quantidade solicitada e a urgência da entrega. Para ele, seria necessário que o governo Federal fizesse uma única e grande licitação para abastecer o Sistema. Neste momento, o que ocorre é uma trágica competição por essas drogas, lamentou.

Damião ressaltou ainda que não são apenas as vítimas da pandemia que estão padecendo com essa escassez. Há outros pacientes do Hupe que necessitam desses medicamentos. Hoje há 420 leitos ativos no Hospital, sendo 80 destinados a pacientes com a Covid-19.

Número de mortes por Covid cresce também entre os mais jovens

O quadro de escassez de medicamentos se tornou ainda mais grave nos últimos dias quando o país chegou ao pior momento da pandemia. Houve um número muito grande de mortes e não estávamos acostumados com esta situação no Hupe, afirma a administração do hospital. Destacaram ainda que pessoas cada vez mais jovens têm morrido com a doença. Nos últimos dias, faleceu um rapaz com pouco mais de 20 anos, o que provocou um forte abalo na equipe de médicos e de enfermeiros. O momento é de extremo cansaço físico e emocional para os profissionais da saúde, reforça a Coordenadora de Enfermagem, Rejane Araújo.

A nova variante da Covid que se espalhou pelo país não é mais letal, mas é mais contagiosa, segundo o infectologista Marcos Lago. Antes, quando uma pessoa pegava Covid na enfermaria, era mais fácil conter. Hoje, a contaminação se alastra rapidamente. Apesar de quase todos os profissionais que trabalham na área da Covid terem sido vacinados, no quadro geral da área de saúde, só cerca de 50% foram imunizados, estima o diretor do Hupe.

Durante o encontro, a Asduerj e o Sintuperj defenderam a urgência da vacinação de todos e todas os/as profissionais de Saúde. A professora Renata Gama também se colocou à disposição para divulgar campanhas de informação e convencimento da população quanto à necessidade de seguir os protocolos de prevenção ao contágio. Uma demanda apresentada pela equipe do Hupe.

A estruturação do Hospital para o combate e a prevenção de incêndios foi outra demanda apresentada pela direção. Segundo o professor Damião, já existe um projeto para este fim orçado em cerca de 20 milhões de reais. O deputado Flávio Serafini se comprometeu a buscar verbas para a execução da obra junto ao presidente da Alerj, André Ceciliano (PT). O aporte financeiro viria como doação da Alerj ao Hospital. Serafini se propôs a intermediar um encontro com a direção do Hupe, a Reitoria da Uerj e o presidente da Alerj para tratar do assunto.

Foto: Átilas Campos / Comunicação Sintuperj

Contribuições: Comunicação Sintuperj e assessoria mandato Flávio Serafini

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