Em 31 de março de 1989, no prédio onde havia funcionado o DOI-CODI, o exército concedeu a Medalha do Pacificador a militares e civis que participaram ativamente dos órgãos de repressão durante o período ditatorial.
Como resposta à comemoração dos militares, o Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro (GTNM-RJ) decidiu criar a Medalha Chico Mendes de Resistência contra a imagem e exaltação de um “pacificador” sanguinário – responsável por massacres de trabalhadores, negros, indígenas, mulheres e crianças, dentro e fora do Brasil. O GTNM-RJ escolheu o nome de Chico Mendes, um trabalhador, lutador da floresta amazônica, assassinado pelo latifúndio meses antes, em dezembro de 1988.
A medalha é desde então um importante instrumento de valorização das lutas e denúncia da violência de Estado de toda a história brasileira e internacional, como ressalta o GTNM. Nos últimos 35 anos, diversas pessoas e entidades foram homenageadas, entre estas a Asduerj, por sua luta em defesa da universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, no ano de 2017.
A Asduerj tem orgulho de há mais de seis anos participar ativamente da realização da entrega da Medalha de Chico Mendes, que este ano volta a ser realizada em nossa universidade. Convidamos todas, todos e todes a participar deste já tradicional evento de afirmação de nossa luta e resistência, que acontece nesta segunda-feira, 03/04, a partir das 17h30, na Capela Ecumênica da Uerj.
Paratodosverem: cartaz de divulgação do evento anual do Grupo Tortura Nunca Mais. Na parte superior, num retângulo horizontal sobre fundo vermelho com letras brancas, está escrito:
35ª Medalha Chico Mendes de Resistência 2023 – Capela Ecumênica da Uerj – Av. Presidente Castelo Branco, nº 346. Ao lado o perfil de Chico Mendes traçado com contornos em branco. Abaixo em um retângulo vertical de fundo branco, está a lista dos homenageados com os nomes em letras vermelhas e a apresentação em letras pretas. São eles: Geraldo Azevedo – carro e compositor / Walter de Souza Ribeiro – desaparecido político pela ditadura / Marilza da Silva – liderança indígena do ES presa pela ditadura / Sabino Alves – camponês desaparecido no Araguaia / Belela Herrera – ativista dos direitos humanos uruguaia / Coletiva Resistência Lésbica da Maré – acolhimento antimanicomial para lésbicas (cis e trans) de favelas / Milton Barbosa – fundador do Movimento Negro Unificado / Maria das Graças Nacort – diretora da Associação de Mães e Familiares de Vítimas da Violência no Espírito Santo – AMFVV/ES. Ao lado, em retângulo de fundo com letras pretas os nomes das Entidades parceiras: Associação de Docentes da Uerj (Asduerj) / Associação de Docentes da UFF (Aduff) / Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ) / Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania – BH/MG / Justiça Global / Rede de Comunidades e Movimentos Contra Violência do RJ / Movimento de Justiça e Direitos Humanos do RS (MUDH-RS) / Partido Comunista Brasileiro (PCB) / Comissão de Direitos Sociais e Interlocução Sociopopular da OAB-RJ / Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis (CDDH-Petrópolis) / Centro pela Justiça e o Direito Internacional. Abaixo também em preto a logomarca do Grupo Tortura Nunca Mais.