A desmaterialização da sala de aula: críticas sobre aeadização de cursos de arquitetura e urbanismo no Brasil

0
38

Cláudio Rezende Ribeiro
Professor Associado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ
Atua no Programa de Pós-graduação em Urbanismo (PROURB) da FAU-UFRJ
Ex-presidente da Adufrj-ssind e ex-diretor nacional do Andes-SN

Resumo: O artigo aborda aspectos críticos relativos ao aumento da oferta de matrículas no formato EaD para cursos de arquitetura e urbanismo no Brasil. O texto parte da concepção de reconversão docente de Olinda Evangelista para identificar processos semelhantes na profissão de arquitetura e urbanismo a partir do aligeiramento da formação deste campo profissional a partir de plataformas digitais. O trabalho reúne dados que compõem um panorama da formação em EaD desta profissão a fim de problematizar aspectos referentes ao ensino e aprendizagem de um campo que demanda a apreensão material da espacialidade. O artigo traz prognósticos a respeito da precarização laboral da arquitetura e do urbanismo como consequência do aumento artificial da oferta de matrículas digitais. Como conclusão, através de um diálogo com a tese da perda da aura da obra de arte resultante da reprodutibilidade técnica, realizado por Walter Benjamin, o texto reivindica a defesa radical da presencialidade como elemento constitutivo de uma educação emancipatória.

Palavras-chave: Educação; Arquitetura e urbanismo; EaD; Ensino superior


THE DEMATERIALIZATION OF THE CLASSROOM: CRITICISMS OF DISTANCE EDUCATION IN ARCHITECTURE AND URBANISM COURSES IN BRAZIL
Abstract: The paper addresses critical aspects related to the increase in enrollments in distance education format for architecture and urbanism courses in Brazil. The text starts from Olinda Evangelista’s conception of teacher reconversion to identify similar processes in architecture and urbanism due to the streamlining of the formation of this professional field in digital platforms. The work brings together data that make up an overview of distance learning education in this profession in order to criticize aspects related to teaching and learning in a field that demands a material apprehension of spatiality. The article makes predictions about the precariousness of labor in architecture and urbanism as a result of the artificial increase in the supply of digital enrollments. In conclusion, the text claims the radical defense of presence as a constitutive element of an emancipatory education through a dialogue with the thesis of the loss of the aura of the work of art resulting from mechanical reproduction, carried out by Walter Benjamin.

Keywords: Education; Architecture and urbanism; Distance education; Higher education

Artigo anteriorConjuntura, eleições presidenciais e a psiquiatrização da extrema-direita: notas para o debate
Próximo artigoA Asduerj como movimento sindical na pandemia: apresentando e debatendo lutas e ações necessárias